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Tempos e lugares

Não que seja instrumental, manipulável, mas a Arte tem hora certa e público certo. A Arte é plural. Sem elitismos, apenas separação. Arte para todos sim, mas tem coisa que não entra na realidade de todo mundo pelo simples fato de não fazer parte da realidade de todo mundo.

Preparo é tudo. Tem coisa por ai que é linda, mas para gente esclarecida e resolvida. Tem outra que é feia para quem nunca teve necessidade de sentir “aquilo” que o artista passou, outra é para artista pensar em arte, não mudar a realidade social dos ajuntamentos marginais.

Jovem burguês tem tempo e dinheiro de ir em galeria. O operariado quer coisa rápida. Prêmios para a desenvoltura da qualidade, pois velocidade e qualidade podem andar juntas. Sem frescuras. Com Arte.

Galerias, museus, pautas, agendas, salas. Há lugares diferentes para expressões diferentes. Estilísticas, eras, séculos, décadas a até modas artísticas. O publico mudava também. Não devemos estamentar classicismos sobre artes folclóricas, podemos sugerir, convidar.

Arte tem público e nicho, oras. Monopólio oligárquico da expressão e do momento artística é errado, totalitário ou liberal.

Fácil de entender? Para quem? Depois de quê?

Fácil de entender? Para quem? Depois de quê?

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Foi-se Oscar Niemeyer

Morreu o arquiteto por profissão, artista por sensibilidade Oscar Niemeyer (104 anos). O homem já ultrapassava os cem anos de idade. Senti certo alivio. Com respeito, oras.

Niemeyer era Modernismo. Participou do desenvolvimento e pratica de estilos estéticos da Arte Moderna brasileira. “Stalinista, gênio, curvo, seco”, dentre outros adjetivos de seus expectadores, ele construiu patrimônios inseridos em nosso cotidiano. Ele era legado vivo. Sua morte eternizou seus projetos com sua figura. Finalmente. Ele caiu nas graças do passado e com isso abriu espaço para o depois com a herança de sua cultura produzida. Por isso o alivio. Outros terão que vir e embaterem-se pela posição inovadora que outrora foi lugar de Oscar Niemeyer. Todo espaço aberto. É isso o Modernismo. São isso as curvas do arquiteto brasileiro – fora do padrão reto do endeusamento vivo, dentro dos caminhos do infinito prazer feminino, da jovialidade visionaria.

Oscar Niemeyer morreu; um Niemeyer não.

Oscar Niemeyer

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Dificuldades artísticas: cinema ou filme?

Ultimamente me deparei com um discurso interno que coloco para vocês, leitores: se quero criar uma coluna ou categoria em um blog ou site, onde designarei para criticas de filmes, coloco como sendo “cinema” ou “filmes”? Isto em um sentido de dar importância ao ramo e à arte.

Pois se nomeio a etiqueta com “cinema”, muitos pensaram que se trata apenas de filmes lançados primeiramente na grande tela, esquecendo-se de lançamentos em DVDs. Nisto eu culpo o oportunismo coorporativo e midiático para com os filmes, onde a massa extenuada com pastelões românticos e comédias não dá ibope a filmes sensíveis ou artísticos, fazendo com que muitos não saiam na grande tela, e curiosamente, a minha coluna, como dito, intitulada “cinema”, trataria de filmes assim, e então sofreria por desconhecimento do possível público a visitá-la e tal acostumado com essa semiótica capitalista de vender o filme.

Entretanto, a palavra cinema carrega todo o sentido desta arte, cercando o processo de criação, mas ainda referente ao fato de que antigamente – anos 20 – não havia DVD ou VHS, antes dessa “videodrome”  (assistam também ao filme de Cronenberg de mesmo titulo).

Agora “filmes” é um tanto simplório para a pretensão de minhas resenhas e pomposidade – como titulo de categoria lembrem-se? Mas o leitor identificaria uma carga de interpretações que chegaria a alguma necessidade dele.

Enfim, “cinema” é o objetivo, então será este, ou qualquer variação – menos “filmes”, que é um produto (achei o argumento!). Qualquer coisa, eu emendo com um discurso sobre arte, industrialização e contemporaneidade pra explicar que filmes em DVD ou em rolos é cinema. No fim a minha coluna é sobre o trabalho artístico – e até mercadológico – dos filmes. Sobre cinema.

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Arte e publicidade

Pode a Publicidade ser Arte? Ou pode a Arte ser Publicidade? É a pergunta algo que incomoda muitos apreciadores das grandes artes e intriga os marketeiros em seus projetos – ou obras? -, pois se certifica que uma e outra nasceram em propostas diferentes.

A Arte em sua primícia veicula algo, uma expressão comunicativa por símbolos ou ilustrações, de um momento e suas idéias vigentes. Arte como propaganda existiu para transmitir novas estéticas e filosofias, propagá-las em um novo movimento ou na sociedade. Porém ela como Publicidade, no sentido mercadológico, dialoga com esta ética em situações interessantes e mais recentes em relação ao surgimento da expressão estética.

Observo aqui que coloco como ética no sentido de que a obra adquiri outros valores primordiais, o de lucro e produto industrial, um acessório de venda, ou um produto a se vender.

Para a expressão artística este novo molde apenas a enriqueceu em quantidade de formas e meios de ser; um novo diálogo moderno para o seu repertório de expressões. A Arte se adaptou e permeou a Publicidade. Porém deste contato de interesses surge uma nova proposta: A Arte e A Publicidade agem em conjunto para se ter o aproveitamento de idéia de cada uma para fins onde a decisão do criador – artista ou marketeiro – decidirá quem se sobressairá, não qual é a melhor, mesmo se tornando mais expressiva do que a outra engajada a si.

O autor destaca o valor que será importante no momento, em uso: ser arte ou ser publicidade.

Nada mais celebre que o advento da Pop Art inspirada nos vertiginosos questionamentos conceituais “duchampianos”. Este movimento deixa as claras como lidar com esse questionamento – entre outros tais – “arte de mercado”tendo no expoente Andy Warhol uma grande desenvoltura neste caso – observamos que o mais repercutido lidou com a lógica do Marketing.

Muito da obra de Warhol revelava a sua intuição dual para com as suas obras – ou produtos? : dependiam do espaço (museu como arte, revista como publicidade) e tinham seus altos preços. Além dos contundentes objetos retratados, que com rostos e corpos famosos ficavam difícil uma critica artística em um primeiro momento, em que se via um grande sorriso de um ídolo como Elizabeth Taylor (seria um poster?)

Por fim, este diálogo relata esta busca sinérgica em que se foca a apreciação de valores e da estética próprios do uso artístico para a valorização de algo que se vende – seja um produto ou o hype de uma marca ou grife – vejam as propostas de videoclipes, comerciais, produtos cosméticos e posteres de filmes e capas de álbuns.

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