O recente álbum da cantora pop Madonna estréia com sucesso e boa desenvoltura no cenário da dance music, lembrando-nos da reinventividade cotidiano da artista em seu estilo de domínio. Porém não surpreendendo pela velha figura da “Material Girl” de que ela se vale.
Produzido por uma trupe eletrônica de alto desempenho – como William Orbit, parceiro no aclamado Ray of Light – , o álbum continua na rota confessada em Confessions of a Dancefloor: o minimalismo eletrônico nas letras e batidas são esperados pela maturidade artística da cantora sob as heranças da garota espalhafatosa de Like a Virgin, da introspectiva de Ray of Light e Dita de Erótica.
Em MDNA tem-se a religião e o prazer novamente tocados juntos: I’m A Sinner (“I’m a sinner/I’m a sinner/ I like it that way”) e Girls Gone Wild (atentemos a introdução). Gang Bang é um dos pontos altos do trabalho, senão a grande diferença dele, mostrando uma adição ao repertório do dance mainstream, logicamente vindo das bem sucedidas experiências das pistas européias. Como também é Turn Up The Radio: saudosista e carismática, típica da dance music.
Participações especiais são os destaques de Nicky Minaj e de M.I.A. com vocais na estridente Give Me All Your Luvin e de Minaj na tranquila e ácida I Don’t’ Give A. Acidez encontrada também em Some Girls. Ora, quanto mais doce o tom, mais forte a ironia.
A declarada Guerra do Som, referente às distorções de estúdio nas ondas sonoras de álbuns, não nega a escolha dos produtores em MDNA. Todas as canções são “altas”, até mesmo as baladas como Superstar e Love Spent; Masterpiece e Fallin Free constituem as baladas de áurea introspectiva pertencente ao novo trabalho, hábito desde os anos 90 – como a clave latina em algumas canções da carreira de Madonna.
Em tudo, há uma legitimação – novamente – de Madonna frente ao momento musical da pop music, com pistas de Beyonce, Britney, Katy Perry, Lady Gaga, Robyn. Se a importância está no contingente feminino, notemos que isto reside em uma nova geração a que a “Rainha do Pop” esta disposta a competir, pois a “Mother Monster” e “King B” não são tão pequenas assim.
Faixas:
1. “Girl Gone Wild”
2. “Gang Bang”
3. “I’m Addicted”
4. “Turn Up the Radio”
5. “Give Me All Your Luvin”
6. “Some Girls”
7. “Superstar”
8. “I Don’t Give A”
9. “I’m a Sinner”
10. “Love Spent”
11. “Masterpiece”
12. “Falling Free”
Como um todo o trabalho apresenta nenhuma novidade ou experimentação já não segura da carreira de Madonna. MDNA chega para circular a cantora no mercado e ainda legitimar a sua capacidade de fazer-nos dançar. Bom? Muito bom. Hoje tudo é bom, já que arriscar é excepcional.
3 ½ estrelas