cinema, do Ambrosia

Lembram-se de Mulholand Drive?

Quem será esta? Será ela a imagem que escolheu refletir?

Lembram-se daquele sonho distante chamado Mulholland Drive?

Tendo como diretor o cineasta surrealista David Lynch, o roteiro da produção ganha uma estrutura de apresentação e uma singular temática rentes ao cotidiano uso no surrealismo.

A história nas palavras do autor: ”uma historia de amor em Hollywood”. Assistam ao filme. É isso. Um drama sobre um relacionamento de duas mulheres em meio ao oportuno carreirismo na Cidade dos Sonhos – observa-se que este é o titulo aqui no Brasil. Um acerto, diga-se.

O local da trama é extremamente oportuno: Hollywood. A cidade dos sonhos. Mulholland Drive é uma rodovia da cidade. Enfim, um lugar lindo para se desenvolver a estética surreal do roteiro – o titulo brasileiro realmente acertou. O tema desta metrópole: a indústria de sonhos e seus bastidores. Dos testes aos relacionamentos das estrelas. Tudo o que estes sonhos, essa singular temática da cidade, pode fazer com os relacionamentos, e ainda mais, o que Lynch pode fazer com os sonhos.

Os sonhos. Lynch age na estrutura do filme para…(muito mais)

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Esperando por Electra Heart

A nova imagem de Marina...tão americanizada quanto antes

Desde 2010, Marina and The Diamonds tem estado em estúdio para a produção de seu novo álbum, com previsão para Fevereiro de 2012. A banda, incorporada na competente figura de Marina, tem liberado material do que se tem produzido como identidade do novo projeto: declarações e videoclipes destes curiosos novos ventos.

Eletcra Heart é o alterego que assume a responsabilidade da cara do novo álbum, que no momento recebe o mesmo titulo da máscara de Marina. Esta por sua vez, declara que Electra é a verdadeira face dela, a qual ambiciona ser pop, e que dominara as canções do novo disco. Quem será a real mentirosa? Por hora ela se dispôs a liberar uma trilogia de videoclipes oficiais que dão inicio a esta nova identidade.

Fear and Lothing: Calma e romântica, a primeira canção da trilogia evoca atitude de ser verdadeira, de deixar de ser muitas faces e se comportar como você mesmo. Porém este clipe é o nascimento de Electra, o uso da busca de si mesmo camuflando a tomada de uma personagem final, uma máscara definitiva.

(mais em Ambrosia)

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Biophilia – Björk

Como toda caminhada da cantora, o novo álbum da islandesa traz uma trilha diferente, mas com alguns cenários semelhantes, herdados da longa experiência musical da artista.

O novo trabalho se envereda por instrumentos de cordas e teclas (como em Moon e Crystalline), sobressaindo experiências em séries de batidas eletrônicas. A voz continua em letras agudas e ecoantes, única, cantando as letras minimalistas e poéticas.

O nome do álbum se refere ao gosto – ou fixação – pela vida, pela natureza a bio, o que se exprime em todas as letras, com seus títulos fazendo referências a objetos e processos pertinentes a esfera natural. Apesar disso as músicas desenvolvem séries de metáforas com tais elementos, muitas das quais refletem instabilidade e melancolia. A poética das palavras traz um esperado uso de vocabulário técnico unindo-se as expressões dos sentimentos e sentidos do eu lírico. Enfim, a relação homem e natureza, sendo o primeiro um criador de mimesis para com as manifestações da segunda. Um exemplo: Moon corre o sentimento de morte e renascimento das perdas como o ciclo lunar.

Esta excursão notável pela musica eletrônica não é de hoje… (mais)

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The King of Limbs – Radiohead

Capa de "The King of Limbs" com a tradicional e expressiva arte de Stanley Donwood.

O trabalho mais recente da banda britânica de rock Radiohead leva um título curioso de “o rei dos limbos” e adentra um ritmo novo de intimismo e musica eletrônica. A começar pelo nome dado ao álbum temos algumas interpretações que se elucidam – ou confundem-se – com o decorrer das faixas, mas deixamos isto para adiante. Uma curiosidade é o nome dele se referir a uma antiga arvore próxima ao estúdio de In Rainbows, o álbum anterior.

A composição musical do novo trabalho está mais minimalista nos tons e acordes com jogos de batidas rápidas e instrumentos como a guitarra, bateria e percussão, baixo fluem quase que líquidos nas musicas – um tanto comandas pelas batidas de Phil Selway – levados por sintéticos eletrônicos, como na instrumental (?) Feral. As letras economizam nas palavras, mas não em frases mansas, quase que preguiçosas, para tocar em nosso intimo.

O conjunto das tracks retoma o que se disse sobre o nome do álbum de inicio: a sensação de mergulhar e sair de algo profundo se intensifica, ou tal se perdêssemos os membros do corpo e se até mesmo os arredores de nossa existência estivessem sensíveis (sim, tudo isto vindo de uma única e pequena palavra, com diversas aplicações). O rei dos limbos sabe como se está em cada uma das situações. Apenas como está, o que indica que a saída é o fluir na situação, deixar-se levar até o conforto do fora de tudo isto, tal uma flor de lótus. – se pode ver isto claramente pelas palavras deThom Yorke em Lotus Flower.

A reclamona Mornig Mr. Magpie deixa na mão aqueles que amam os diálogos nomináveis de Radiohead.

Interessante é ouvir Separator: é como acordar de um sonho, vindo para a superfície, de toda a esfera única de The King of Limbs. Como um prelúdio para algo novo, voltado para o lado de fora, ou de dentro, melhor, para o lado florescido da lótus que abriu em Limbs.

No repertório da banda ainda podemos perceber a herança intima do grunge arrastado e “baladado” por baixos acentos e conversas, meditações consigo mesmo, além do pós-punk, e ainda mais da significativa carga experimental eletrônica.

Como um todo este trabalho é como um passo fluído do grupo (por falar, ouçam a adequada Little by Little). O álbum está com novidades, tais as ótimas incursões de uma conservada experiência estável e madura, tendo a nova roupagem do tradicional intimismo da banda, como o novo em tudo isto.

Lista de faixas:

  1. “Bloom” 5:15
  2. “Morning Mr Magpie” 4:41
  3. “Little by Little” 4:27
  4. “Feral” 3:13
  5. “Lotus Flower” 5:00
  6. “Codex” 4:47
  7. “Give Up the Ghost” 4:50
  8. “Separator” 5:21
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O Ataque Massivo de Nicki Minaj

Capa do disco "Pink Friday" - Nick Minaj

Pink Friday é notável pela harmoniosa junção suave e decidida da lírica rap, rápida e sagaz, com uma lírica melodiosa nos refrões; da capacidade de Minaj alterar seus tons diferenciando o material, fazendo o seu rap articulado e singular. Na canção Fly, com colaboração de Rihana, pode-se ver: Rihana, a melodia calma e Nicki metralhando o seu rap; há também “Save Me” com um rap lento, mas sem sair da lírica.

As letras como todo rap atual, explodem na cultura popular comercial fazendo referências a marcas e nomes conhecidos, mas falam muito de superação e luta, chegar a um ponto alto e se equilibrar para não se perder ou perder coisas importantes, como em Right Thru me, Save Me e no single Your Love. Check It Out, com Will.I.am, descreve todo o barulho da ascensão de Nicki Minaj.

Canções como Here I am e Dear Old Nick são mais pessoais, frágeis e  monologas, porém Nicki revela sua ambição em – hit exclusivo para o Itunes –  Girls Fall like Dominos: ela expressa o seu desejo de superar todas as outras garotas, de estar por cima e com todas as outras estrelas.

(muito mais)

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