Em 2012, o diretor e cineasta Darren Aranofsky trouxe aos cinemas mundiais a sua obra Cisne Negro. Uma bailarina que sofre de transtornos psicológicos em meio a exigente esfera da dança clássica. Obviamente a história alude ao mito romântico russo – baseado no céltico mito de Ondine -, contudo um dado interessante é a revelação do diretor dada nos créditos de making of contidos em qualquer dvd, a respeito de sua inspiração a partir de certa história de Fiodor Dostoiévski, personalidade russa da arte escrita.
A tal é O Duplo, a respeito de um burocrata medíocre e obsessivo com sua saúde que sofre de um particular senso de perseguição: por ele mesmo. Um homem cri-cri revelado sob a curiosidade do Realismo e as publicações de Sigmund Freud.
Nesse sentido, a produção de Aranofsky é um encontro de artes sobre a tutela cinematográfica, e claramente, levado a uma catarse no roteiro bem escrito por Mark Heyman, Andres Heinz e John McLaughlin. Não uma catarse do publico, do diretor, mas dentro da obra. Cisne Negro interpreta sua base oral e escrita numa forma visual contemporânea e facilmente discursiva. (Levaria o público para a catarse? Flui para isso, mas cada espectador é um.).
A tragédia individual personagem de Natalie Portman assume a paranóia do burocrata, como se confunde com a desconfiança do príncipe Siengfrilde em relação a identidade de sua amada. Um jogo de personalidades traduzidos em Nina. Porém, paranóia esta não mais patológica ou espontânea como ditava o cru Determinismo, mas mais polida pelas nuances da emoção e da psicanálise. O balé romântico encontra a literatura racional, e temos um filme contemporâneo. Simples e estético.