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Lulu, respeito e seus dados virtuais

Alexandra Chong criou o aplicativo e site Lulu com a proposta de ser “uma rede privada para garotas expressarem e compartilharem suas opiniões abertamente e honestamente”, sobre garotos. Lulu se tornou um viral no meio do público feminino e juvenil. E muitos homens não perdem de bisbilhotar seus perfis quando há uma oportunidade no smartphone da menina alheia.

Mulher comentando a performance de seus parceiros masculinos desencadeou um revanchismo sobre  alcunha da “guerra dos sexos”. Essa liberdade natural de falar de seus parceiros, vista como natural, ganhou preocupações ao colocar a oralidade numa base de dados na web mundial.

A aparente liberdade não passa da cultura dos relacionamentos rápidos – vejam Bauman. A problemática do app é trivial, mas como disse, caiu na internet e ganhou adeptos e o povo fala sobre isso. Artigos definiram o aplicativo como instrumento machista, ao compartilhar do culto do homem idealizado – aquele negocio de procurar o parceiro com os atributos perfeitos, e classificar os que encontrar no meio do caminho –  entre as meninas. Bem colocado, em suma.

O escândalo veio com uma contrapartida dos homens, o Tubby – nome americano do contraponto masculino da personagem Lulu em Luluzinha. O aplicativo que se encontrava em estado de pré-lançamento prometia o mesmo tipo de interação que o par dedicado ao público feminino. Mais polêmico, pois o culto caiu em mãos de homens e era sobre a mulher, com tom revanchista. E tem todo aquele problemas de taxomania que o seu humano insiste em se resumir, não se definir – as #.

O Tubby não saiu, era uma lição. Básica, sobre respeito. O Lulu continua, pois alguém ainda quer lucrar com tudo isso. E o fim é trivial, como o respeito. E lançaram o Clube do Bolinha, para no fim, equilibrar as coisas.

PS: Assistam com legenda, que tudo se revela.

O ponto de discussão mais vantajoso e que merece atenção é a facilidade que os desenvolvedores de aplicativos possuem, junto ao Facebook, de receberem e transitarem informação de usuários num primeiro momento. Ainda que seja fácil de desvincular aplicativos e configurar a privacidade da conta. Isso é polêmico, discutível.

Os nossos dados são fragilmente protegidos e negociados em políticas de privacidade e contratos de rendimento que encontram dificuldades de esclarecimento em legislações mal-aparelhadas com a problematização da vida e imagem virtual do indivíduo, e mais sumariamente, passível do lobby da indústria da informática e virtualização de bens de consumo, junto com a propaganda personalizável. Os tais avanços são a possibilidade de decidirmos depois que os dados já se foram.

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